Até que ano você acha que um time conseguiria jogar em primeiro nível, sendo um dos maiores campeões de uma das ligas mais tradicionais do mundo, sem ter número nas camisas? Se você acha a resposta 1994 um tanto surpreendente, conheça a história da camisa do Celtic na sequência.
A numeração nas camisas começou como uma tática introduzida pelo Arsenal em 1928: seu técnico Herbert Chapman pensava neles como uma forma de facilitar os jogadores a terem noção de posicionamento em campo.
A moda demorou a pegar, mas eventualmente os juízes, seguidos pelos jornalistas, viram nisso uma ótima forma de identificar atletas e em 1938 eles foram sancionados na Inglaterra.
A moda demorou a pegar, mas eventualmente os juízes, seguidos pelos jornalistas, viram nisso uma ótima forma de identificar atletas e em 1938 eles foram sancionados na Inglaterra.
Devido à Segunda Guerra Mundial, foi só em 1950 quando a obrigação chegou a todos os times escoceses. Exceto pelo Celtic, que se negou a numerar suas camisas, alegando que os números estragariam a camisa listrada da equipe.
Em 1960, o Celtic até fez um esforço criativo para se adequar aos números: numerou o seu calção, prática inexistente à época, e com números bem grandes até para padrões atuais. Outra curiosidade é que o número aparecia na frente do calção (perna esquerda) e nas costas (perna direita).
Em 1960, o Celtic até fez um esforço criativo para se adequar aos números: numerou o seu calção, prática inexistente à época, e com números bem grandes até para padrões atuais. Outra curiosidade é que o número aparecia na frente do calção (perna esquerda) e nas costas (perna direita).
A camisa continuou assim até 1994 com duas exceções: um amistoso contra o Sedan, na qual o time usou números amarelos (que ficaram quase ilegíveis e contribuíram para a recusa); e a partir de 1975 em jogos de torneios continentais, pois a Uefa impôs ao clube (números pretos).
Outra exceção do período foram os uniformes reservas: entre 1960 e 1965, eles também continham número apenas nos shorts, pois a camisa vinha sendo a mesma desde 1955.
A partir de 1965, com a introdução de uma nova camisa (toda verde), os números passaram para as costas, já que a justificativa de estragar o visual listrado não se aplicava aqui (e assim foi em todos os outros uniformes até 1994). Já o goleiro não usou número até a década de 1980.
A partir de 1965, com a introdução de uma nova camisa (toda verde), os números passaram para as costas, já que a justificativa de estragar o visual listrado não se aplicava aqui (e assim foi em todos os outros uniformes até 1994). Já o goleiro não usou número até a década de 1980.
Eis que chegou o início da temporada 1994-95, e um juiz alegou ter dado um cartão para o jogador errado do Celtic por se confundir com a falta de números na camisa.
A Federação Escocesa, então, ordenou que o clube usasse números na camisa. No jogo seguinte, o Celtic apareceu com pequenos números pretos em cada manga, em uma atitude que parece de piada (“você disse na camisa, mas não disse onde”). A Federação, todavia, não achou graça e foi bem enfática: obrigatoriedade de números grandes e nas costas.
A Federação Escocesa, então, ordenou que o clube usasse números na camisa. No jogo seguinte, o Celtic apareceu com pequenos números pretos em cada manga, em uma atitude que parece de piada (“você disse na camisa, mas não disse onde”). A Federação, todavia, não achou graça e foi bem enfática: obrigatoriedade de números grandes e nas costas.
Celtic em 1994 com número nas mangas. Repare que o número da frente do calção diminuiu. |
O Celtic finalmente cedeu. Mas usou números verdes com uma borda branca, para deixá-los menos legíveis.
Celtic em 1994, já com os números nas costas (e sem números nos calções). |
Aos poucos, ainda naquela década, a questão foi sendo amaciada, com a introdução de caixas e, finalmente, com a passagem para números pretos em 1998 (que ainda eram usados por obrigação em jogos continentais).
Uma curiosidade final sobre a transição em 1994 é que à medida que o Celtic foi adotando números na camisa, foi abrindo mão deles no calção: sem número algum na camisa, números grandes nos calções; números pequenos na camisa, números pequenos nos calções (na frente, atrás continuou grande); por fim, número grande nas costas da camisa, sem números nos calções (nem na frente, nem atrás).
Assim morreu essa tradição do Celtic. E a verdade é que o motivo do Celtic não usar números – deixar suas listras incólumes – já havia morrido há dez anos: desde 1984 o Celtic usava patrocínios sobre suas tão amadas listras.
Celtic em 1994: enquanto o número ganha a camisa, some do calção (na última camisa, o número foi para as costas). |
*** Este texto foi escrito pelo blog Uniformes Cultura FC.
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