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Camisa de Pelé na final da Copa de 1958 salvou museu em Alagoas

Estocolmo, 1958, final da Copa do Mundo. No estádio Rasunda, o Brasil iria enfrentar a anfitriã Suécia. Em campo um time especial: Garrincha, Didi, Nilton Santos, Zagallo e... Pelé. Em seu primeiro Mundial, com apenas 17 anos, o rei estava na decisão.

Veio a partida e Pelé marcou dois gols. Um deles até com direito a chapéu. A vitória por 5 a 2 deu ao Brasil a sua primeira taça na Copa. Pelé se tornou o mais jovem campeão mundial da história do futebol e deu um novo sentido à camisa 10 da Seleção.


A final teve outra história especial: a estreia do manto de Nossa Senhora Aparecida. E tudo surgiu no improviso. O primeiro uniforme da seleção em 58 tinha a cor amarela, e o segundo a cor branca (usado na derrota para o Uruguai em 1950). Mas, pelos maus momentos com a camisa número 2, os jogadores não quiseram repeti-la na final. Superstição.

Como a Suécia era a dona da casa, teve preferência na escolha pela cor da camisa. A deles era também amarela. Às pressas, Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira, comprou camisas azuis numa loja em Estocolmo e pediu que fossem costurados os escudos da CBD e os números dos atletas.

Depois, para completar o trabalho, Paulo disse aos jogadores que a camisa tinha a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Tudo era uma questão de fé.


Mesmo com todo o significado da camisa 10, o rei do futebol não ficou com ela. Era um adolescente ainda. Depois da final, presenteou o alagoano Dida com a camisa azul. Eles disputaram posição na Seleção de 58, e o alagoano começou como titular. Pelé entrou no decorrer do Mundial.

Anos mais tarde, a camisa 10 ganhou um novo dono, em 1993. Quem ficou com ela foi o historiador Lauthenay Perdigão, fundador do museu que leva o nome de Dida (Edvaldo Alves de Santa Rosa) e se localiza, coincidentemente, dentro do Estádio Rei Pelé, em Maceió.

O período de exposição da camisa no Museu dos Esportes, aberto em 1993, foi de dez anos. Juntou gente. Durante todo esse tempo, ela era a raridade e principal peça da coleção de Lauthenay.

O museu, no entanto, passou por uma séria crise financeira. Paredes mofadas, goteiras e o risco de perder todo o acervo. O historiador, que resolveu falar sobre o assunto somente 15 anos depois, contou que precisou vender a camisa. Depois, se arrependeu.

– Eu tive que vender para ver se conseguia melhorar o museu. Falaram que poderíamos conseguir um milhão, ou até mais, e terminou que o museu recebeu R$ 52 mil. Foi o valor que me passaram e eu não podia contestar nem reclamar porque eu não estava lá na Inglaterra - explicou Lauthenay, de 85 anos.

Assim, a camisa de Pelé foi leiloada na famosa Christie's, em Londres, em 2004. O historiador contou que esperava usar todo o dinheiro arrecadado no leilão na reforma do museu. Mas as coisas não saíram como ele pensava.


Segundo Lauthenay, a camisa foi arrematada em leilão por 59 mil libras (US$ 105.600 mil, aproximadamente R$ 300 mil). A peça era especial, mas o valor recebido foi bem abaixo do esperado. Frustração.

– Fui pego de surpresa e tive que pagar o imposto de renda. Foram R$ 36 mil. Tive que pagar advogado para resolver a questão do imposto de renda, paguei outro advogado para resolver o negócio com a Christie's. Tive que pagar o dinheiro do Edson, irmão do Dida... Eu tinha prometido a ele a metade do dinheiro recebido. No fim, sobraram R$ 52 mil. Fiz reforma, deu para comprar cadeiras para o auditório, deu para comprar móveis que os cupins haviam estragado... Deu para endireitar uma infiltração, que estava prejudicando, e até comprar uma máquina fotográfica. Todo o material para melhorar o museu.

"Essa camisa estava com o Edson. O Dida, quando veio, deixou a camisa com o irmão. Quando ele (Dida) chegou aqui em Maceió, a gente conversou sobre a camisa, aí ele disse: "Leve essa camisa para o museu". E o Edson concordou", contou Lauthenay.

Quando eu tive a ideia de colocar a camisa em leilão, eu fui direto no Edson e expliquei a situação do museu para ele e que a solução seria leiloar a camisa. Falei: "Já que a camisa estava com você e foi através de você que ela chegou até mim, eu te dou 50% da venda".


Edson Santa Rosa, de 81 anos, disse ao que foi difícil desapegar da camisa histórica. Era de Pelé, depois foi do irmão Dida e também de seu pai. O peso era o enorme.

- Foi um presente e se tornou uma memória... Como Dida recebeu em um momento especial, era algo importante. Foi muito bem cuidada e ficou um tempo com a nossa família, e também foi bem cuidada no museu, passando um bom tempo exposta. A possibilidade do leilão foi em uma emergência - lembrou o irmão de Dida.

- Quem tomava conta da camisa era o meu pai, que recebeu de presente do Dida. Após o seu falecimento, na eminência de perder a camisa, resolvemos doar ao museu. Sabíamos como era mantido o museu, que também passou por uma série de dificuldades de ordem técnicas (estrutura), de vazamento e outros... Então, para ajudar o museu, resolvemos presentear - explicou Edson.

Como a camisa tinha um grande valor histórico e Edson sabia disso, resolveu fazer a doação para o museu. Disse que temia que ela se desmanchasse.

- Pelé deu a camisa a ele, depois que se sagrou campeão, e ele, que não dava tanto valor a essas coisas, entregou ao meu pai. Nosso pai era mais fã dele (Dida) do que todos. Depois que o meu pai morreu, ficou comigo. Um amigo pediu para eu doar ao Lauthenay e eu achei justo, aqui, comigo, ela ia acabar se desfazendo... E, assim, eu doei a camisa da Seleção e as do Flamengo... Ela foi leiloada, e o valor, na época mínimo, convertido nas necessidades do museu... Por conta disso, tive até um desentendimento com o Lauthenay , mas felizmente tudo já foi contornado. Hoje somos muito amigos.


Lauthenay lamentou os problemas que teve com Edson. Ele sempre foi muito ligado a Dida e à família Santa Rosa.

– Eu achava que era só mandar a camisa (para a Christie's), e eles mandariam o dinheiro, e fim de papo. Toda a burocracia eu não esperava, e ela custou muito. E o próprio Edson me chateou um bocadinho porque ele não acreditava no valor final. Ele chegou a mandar eu ir para Inglaterra para acompanhar o leilão. Eu disse: ''Rapaz, o que é que eu vou fazer na Inglaterra? Como é que eu vou para lá? Não tem condições''... Quando chegou a notícia do valor, o Edson não quis acreditar, muitos não quiseram acreditar.

O Museu dos Esportes foi reformado, e o acervo guardado por Lauthenay durante boa parte de sua vida segue em exposição ao público. O historiador, no entanto, não sabe onde está a camisa 10 de Pelé na Copa de 1958. Foi arrematada em Londres por um colecionador anônimo, que fez os lances por telefone.

- Se tem uma das coisas que eu mais me arrependo até hoje, é isso. No fim, quando se falou em leiloar a camisa, as pessoas diziam: ''Vai ser um milhão, vai ser isso, vai ser aquilo. A camisa do Pelé de 1970 foi 600 mil (cruzeiros); essa, vale muito mais''... Eu já tinha mandado (para Londres) e terminei me arrependendo, pedi de volta e eles não quiseram devolver. Para mim, foi um desastre. Eu realmente não gosto de falar, tem tanta coisa nisso aí que me deixa chateado - contou Lauthenay, que só tem hoje no museu uma foto escaneada da camisa, em baixa resolução.



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