Após a Real Federação Espanhola de Futebol quebrar o contrato com a Adidas e anunciar que está buscando um novo fornecedor, a entidade ofereceu o posto vago da Adidas à Puma, simplesmente a "rival de sangue" da marca das três listras.
No entanto, em uma decisão totalmente inesperada, a Puma "se uniu" à Adidas e rejeitou qualquer tipo de negociação com a Federação, alegando que não gostou de ver o tratamento dado à concorrente e refutou um possível acerto, deixando passar a chance de assumir um dos uniformes mais valiosos do futebol mundial.
A explicação dada pela Federação foi que o atual vínculo com a empresa alemã "não se enquadra nos critérios de legalidade, transparência e equidade que a RFEF considera minimamente aceitáveis" e abriu concurso para definir seu novo fornecedor. Por meio de nota, a Adidas já avisou que irá à Justiça para evitar o rompimento ( veja matéria completa ).
Adidas e Puma vêm da mesma raiz e inclusive são responsáveis por uma das mais famosas brigas entre irmãos da história.
Tudo começou nos anos 1920, na cidade alemã de Herzogenaurach, quando Adolf Dassler, conhecido como Adi e um talentoso sapateiro, começou a fabricar calçados na lavanderia de casa, logo depois de servir o exército na I Guerra Mundial.
Com ajuda do pai, ele mesmo um sapateiro, e amigos, ele fundou em 1º de julho de 1924 um negócio próprio ao lado de seu irmão mais velho, Rudolf Dassler, bom de papo e ótimo vendedor: a Gebrüder Dassler Schuhfabrik ("Fábrica de Sapatos dos Irmãos Dassler").
A fábrica foi um sucesso de imediato, e já nos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdã, os Dassler foram responsáveis por fornecedor os calçados de vários atletas, transformando a companhia em uma empresa internacional.
O momento que elevou os irmãos à maior categoria veio oito anos depois, nos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, quando eles equiparam o lendário corredor norte-americano Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo, e tornaram seus sapatos mundialmente famosos.
Quando explodiu a II Guerra Mundial, Adolf e Rudolf, ambos do Partido Nazista, tiveram participação: Rudolf foi convocado para o fronte, enquanto Adolf foi designado para fabricar botas para as forças armadas alemãs.
Em meio aos conflitos, porém, Adi deixou o Partido, o que o fez "rachar" com Rudolf, conhecido por ser um nazista fervoroso. Além disso, as mulheres de ambos não se davam bem, o que só aumentou a briga. Três anos após o fim da guerra, a rixa piorou, e os irmãos se separaram de vez.
Rudolf deixou a empresa que havia aberto ao lado de Adolf e fundou a Ruda, (que veio de Rudolf Dassler), sua própria fábrica de calçados, do outro lado do rio Aurach, que corta Herzogenaurach. A empresa depois mudaria de nome para Puma.
Com isso, Adi renomeou a Gebrüder Dassler Schuhfabrik para Adidas, usando seu apelido e as três primeiras letras de seu sobrenome (Adi Dassler).
O cisma tornou a vida complicada em Herzogenaurach, já que na pequena cidade, praticamente toda a população trabalhava ou na Puma ou na Adidas.
"A cidade toda foi envolvida na rivalidade fraternal dos Dassler, que chegou a proporções ridículas. Havia negócios locais que só atendiam trabalhadores de cada uma das marcas. Namorar ou casar-se com alguém que trabalhasse na fábrica inimiga era proibido.
E Herzogenaurach ficou conhecida como 'a cidade do pescoço virado', pois as pessoas sempre olhavam para o calçado que você estava usando antes de decidirem se iriam mesmo falar com você", diz reportagem da revista Fortune sobre o caso dos irmãos Dassler.
Ao longo dos anos, a Adidas acabou se tornando uma companhia muito maior que a Puma - a marca das três listras hoje emprega quase 54 mil pessoas, enquanto a rival tem cerca de 12 mil funcionários, cerca de quatro vezes menos.
Nessa briga de 70 anos, a Adidas se celebrizou por patrocinar grandes clubes e seleções.
O gigante Bayern de Munique, por exemplo, sempre foi uma de suas "bandeiras". Já entre os países, a empresa hoje é parceira de Alemanha, Argentina, Bélgica, Colômbia, México, Japão e Rússia, entre outros.
Atualmente, a marca também tem acordos monstruosos com grandes nomes do futebol, como o argentino Lionel Messi e o brasileiro Gabriel Jesus.
Já a Puma ficou famosa por conseguir acordos de exclusividade com grandes atletas para que usassem suas chuteiras, como Pelé e Johan Cruyff.
O holandês, inclusive, ordenava que uma das listras da Adidas fosse retirada de sua camisa da Holanda devido ao acordo particular que ele possuía com a rival.
Atualmente, o maior acordo de patrocínio pessoal que a companhia de Rudolf Dassler possui é com o corredor jamaicano Usain Bolt, enquanto a Itália é a seleção mais representativa a contar com a fornecedora alemã.
E em meio a toda essa rivalidade, Rudolf e Adolf nunca voltaram a se falar.
O irmão mais velho faleceu em 27 de outubro de 1974, enquanto o mais novo partiu quatro anos depois, em 6 de setembro de 1978.
Em 2007, foi lançado o livro "Invasão de campo - Adidas, Puma e os bastidores do esporte moderno", da jornalista Barbara Smit, que conta detalhadamente a história do conflito entre os irmãos e as empresas, assim como a influência das duas companhias no mundo esportivo atualmente.
Já em setembro de 2009, empregados das duas fábricas disputaram uma partida amistosa de futebol, para simbolizar o fim da longa rixa entre Puma e Adidas.
"Quando isso aconteceu, os irmãos já haviam falecido há muitos anos, separados por quatro anos de distância. E mesmo depois da morte, a animosidade continuou, ao menos entre as famílias. Eles foram enterrados de lados opostos do mesmo cemitério, o mais longe possível um do outro", afirma a Fortune.
Hoje, nenhuma das duas está nas mãos de descendentes dos Dassler, apesar de ambas ainda serem sediadas em Herzogenaurach.
A Puma é desde 2007 propriedade do grupo francês Kering, enquanto a Adidas é controlada por uma série de acionistas.
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