Desde 2012 a Caixa Econômica Federal busca expor sua marca nos uniformes dos clubes brasileiros. A parceria mais frutífera até agora foi com o Corinthians, que estampava a marca do banco quando foi campeão do mundo em 2012. Hoje, sem dúvidas, a CEF é a maior patrocinadora do Brasil.
Hoje são mais de uma dezena de clubes das séries principais dos campeonatos nacionais que estampam o logo da Caixa.
A instituição, fundada quando o Brasil ainda era governado por Dom Pedro II, já destinava recursos ao esporte. A Timemania, loteria federal, foi criada para ajudar o futebol e coloca dinheiro na conta dos times desde 2009.
E ainda tem o repasse de parte das loterias, como a Mega-Sena, para o Ministério dos Esportes. Em 2016 foram R$ 950 milhões destinados.
Entre os times da Série A temos o Cruzeiro, América Mineiro, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Santos, Flamengo, Sport, Vitória, Ceará, Botafogo e Bahia com a Caixa. Ou seja, dos 20 times da principal divisão, 11 tem a marca estampada em seus uniformes, na maioria dos casos na área mais nobre, o chamado patrocínio máster.
Completam a lista o Atlético Goianiense, Avaí, Brasil de Pelotas, Coritiba, CRB, Criciúma, Figueirense, Goiás, Londrina, Náutico, Paysandu, Ponte Preta e Vila Nova, todos eles da Série B.
No total são mais de R$ 150 milhões que o banco colocou nos cofres dos clubes de futebol em 2018.
A iniciativa do banco federal causou polêmica a princípio, já que as instituições desse tipo normalmente apoiam esportes que não tem tanta atenção do público e mídia, e assim precisam de mais ajuda para se sustentar.
Por exemplo, é bastante comum ver competições de atletismo com o apoio da Caixa e o vôlei brasileiro tem por anos a parceria com o Banco do Brasil.
Já o futebol domina quase por inteiro o holofote esportivo e os clubes na maioria das vezes conseguiram achar patrocinadores sem grandes problemas, especialmente os de Série A ou grande torcida.
Entretanto, há alguns contra-argumentos. O primeiro é que a exposição da marca cresce quando você une sua ela a um grande time, de enorme torcida. E essa sempre é a razão para patrocinar um time esportivo.
E segundo, os times tiveram muita dificuldade para achar patrocinadores nos últimos anos, em razão da crise econômica que assolou o país. O Santos, por exemplo, ficou por mais de dois
anos sem patrocínio máster antes de fechar com a Caixa. O Corinthians, segunda maior torcida do Brasil, não tem uma marca estampada no “espaço nobre” de seu uniforme em 2018.
Portanto, neste momento de dificuldade, a empresa pode aproveitar para expor sua marca sem ter grande concorrência para bater o martelo com os clubes.
Porém, talvez falte fazer mais para aproveitar o dinheiro usado nesses patrocínios, especialmente com ações de marketing que envolvam a torcida e os atletas dos clubes. Isso é pouco visto, mesmo com esses anos de experiência e histórico nos mais diversos clubes do Brasil.
Usando a Crefisa como base, dá para notar uma relevância e retorno midiático muito maior dessa empresa financeira, apenas com seu patrocínio no Palmeiras, que o da Caixa usando mais de 10 clubes só na Série A do Brasileirão. Claro, tem mais coisas envolvidas, mas o poderio e alcance orgânico da CEF é várias vezes maior.
Como afirmou Amir Somoggi para o site Goal, só colocar a estampa e esperar o resultado é uma ideia ultrapassada. Até porque todos esses clubes já tiveram diversos patrocinadores ao longo dos anos e marcar época só colocando sua marca na camiseta é algo muito difícil.
A ideia com certeza não pode ser apenas trazer dinheiro para o futebol, já que isso seria livrar os clubes de sua incompetência. Como instituição pública, a Caixa Econômica Federal precisa fomentar o esporte e trazer ideias novas para alavancar seu crescimento.
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