Nascido em Belém do Pará, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira começou no Botafogo de Ribeirão Preto e ainda era acadêmico de medicina quando passou a atuar pelo time principal do clube, em 1974. As atribuições como médico o impediam de se dedicar integralmente ao futebol, o que colaborou para tornar sua carreira singular.
O jovem alto e esguio logo se destacou com seu jogo refinado e inteligente, repleto de toques de calcanhar, passes e lançamentos precisos. Já em seu primeiro Campeonato Paulista, Sócrates encantou o público, em especial os torcedores do Tricolor de Ribeirão, onde iniciou uma dupla com o centroavante Geraldão, que seria o goleador da competição com 23 gols.
Sócrates era o lado cerebral da parceria, com assistências perfeitas, além de contribuir com gols decisivos para a boa campanha (sexto lugar no geral). A qualidade de goleador se fez presente de forma mais evidente durante o Paulista de 1976, quando fechou a competição como artilheiro, com 15 tentos assinalados.
Mas foi a temporada de 1977 o divisor de águas na carreira de Sócrates, então doutor aos 23 anos. Com uma campanha histórica, o Botafogo conquistou o primeiro turno do Campeonato Paulista (na decisão, segurou um empate por 0 a 0 com o São Paulo, inclusive na prorrogação, no Morumbi) e se tornou a grande surpresa do futebol brasileiro na época. Com oito gols, o Magrão foi o artilheiro do time
Após a disputa do Brasileiro com o Botafogo, Sócrates foi contratado pelo Corinthians, onde se tornou referência e ídolo da Fiel. No time do Parque São Jorge, reencontrou Geraldão, e a dupla voltou a fazer sucesso, agora na conquista do Paulista de 1979. O grande momento do Doutor no Timão, entretanto, foi na chamada Democracia Corintiana, política adotada pelo diretor de futebol Adilson Monteiro Alves, que dava liberdade aos atletas nas decisões referentes ao departamento de futebol.
Sob a regência de Sócrates, o Corinthians (que contava também com nomes como o lateral-esquerdo Wladimir, o volante Biro-Biro, o meia Zenon e o centroavante Casagrande, entre outros) faturou o bicampeonato estadual e se tornou uma das equipes mais fortes do país. Além dos três títulos estaduais e das inúmeras jogadas geniais, Sócrates escreveu seu nome na trajetória alvinegra ao marcar 172 gols e se tornar o oitavo maior goleador da história do clube do Parque São Jorge.
Sócrates não lutou por democracia só no Corinthians. Ele teve papel de destaque na campanha por Diretas Já no Brasil, no início da década de 80. Tinha ideais socialistas e era admirador do regime cubano – o mais novo de seus filhos recebeu o nome de Fidel, em homenagem ao líder Fidel Castro.
E não foram somente suas exibições no Corinthians que chamavam a atenção. Estreando na Seleção Brasileira em 1979 (6 x 0 Paraguai, no Maracanã), sob o comando de Telê Santana, o jogador brilhou ao lado de Zico, Falcão, Júnior, Leandro, Éder e Cerezo naquele que, para muitos, foi um dos melhores selecionados nacionais em todos os tempos, porém duramente castigado com a eliminação para a Itália na Copa de 82. Com a camisa amarela, cumpriu um total de 63 compromissos e marcou 24 vezes, entre 1979 e 1986, ano em que disputou seu segundo Mundial.
Em 1984, Sócrates foi contratado pela Fiorentina. O estilo de jogo cadenciado do Doutor, porém, foi motivo de críticas por parte do companheiro Daniel Passarella, o que, de certa forma, ajudou a abreviar a passagem do atacante pelo futebol italiano.
Depois de um ano e meio sob as cores do clube de Florença, Sócrates retorna ao Brasil aos 32 anos. Em 1985, Sócrates foi contratado pela Ponte Preta, porém, após o evento de apresentação aos torcedores, o jogador cancelou o contrato e foi jogar pelo Flamengo, no Rio de Janeiro e formar parceira com Zico.
Com o condicionamento físico já aquém do esperado e seguidas contusões, Magrão não teve destaque no Rubro-Negro, atuando somente 20 vezes e marcando cinco gols. No entanto, participou da conquista do Campeonato Carioca de 1986.
Com o condicionamento físico já aquém do esperado e seguidas contusões, Magrão não teve destaque no Rubro-Negro, atuando somente 20 vezes e marcando cinco gols. No entanto, participou da conquista do Campeonato Carioca de 1986.
A ideia era de encerrar a carreira após a passagem pela Gávea, e o jogador se afastou dos gramados. Porém, um convite do Santos fez com que retornasse à ativa em 1988, um ano depois. Estreou pelo Peixe fazendo gol em um amistoso contra o Cerro do Uruguai, mas, pouco tempo depois, decidiu se aposentar de vez, finalizando simbolicamente sua brilhante trajetória desportiva no querido Botafogo de Ribeirão Preto, onde tudo começou.
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Parabens Luiz pela homenagem e pela matéria esta muito boa, e caí entre nós a camisa do mengao ficou muito bem no Dr. Socrates....hehehe
ResponderExcluirBela homenagem, Luiz! Excelente post!
ResponderExcluirO Doutor deve estar batendo uma bolinha lá em cima agora...
Um jogador que fugia do lugar comum. Um atleta que reconhecia seu papel de ídolo n sociedade. Justíssima homenagem do Show de Camisas.
ResponderExcluirBela homenagem. A memória deve ser preservada sempre! O blog também é bem legal. Ganhou mais um frequentador!
ResponderExcluirNo Grande Círculo: Futebol é Debate http://lucianodeppa.blogspot.com/
Acho que a única mácula do saudoso Magrão foi mesmo ter roído a corda com a Ponte Preta (na época havia a intermediação do Luciano do Valle, pontepretano dos quatro costados)...
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