Foram meses de negociação até que o Corinthians decidisse, na noite da última terça-feira, renovar o contrato com a Nike até o fim de 2035. O clube também tinha em mãos uma proposta da Adidas e analisou até o último minuto a possibilidade de mudar de fornecedor de material esportivo após 22 anos.
As ofertas das duas empresas eram parecidas no aspecto financeiro, mas o Corinthians acredita que ganhará mais com a Nike. Porém, a escolha em permanecer com a empresa norte-americana vai muito além do aspecto financeiro.
Foram meses de negociação até que o Corinthians decidisse, na noite da última terça-feira, renovar o contrato com a Nike até o fim de 2035. O clube também tinha em mãos uma proposta da Adidas e analisou até o último minuto a possibilidade de mudar de fornecedor de material esportivo após 22 anos.
As ofertas das duas empresas eram parecidas no aspecto financeiro, mas o Corinthians acredita que ganhará mais com a Nike. Porém, a escolha em permanecer com a empresa norte-americana vai muito além do aspecto financeiro.
A Nike pagará R$ 59 milhões fixos ao clube por ano. Esse montante será corrigido anualmente pela inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Essa atualização do valor não existia no contrato anterior.
A Adidas oferecia valor próximo, cerca de R$ 55 milhões por ano. Deste total, R$ 35 milhões representavam o mínimo garantido de royalties, parcela que não seria corrigida pela inflação.
Com bonificações por vendas, prêmios e outros ganhos variáveis, o novo contrato pode render até R$ 1,3 bilhão ao Corinthians. Porém, até mesmo a diretoria do clube trata este valor como irreal. O clube acredita um valor factível de faturamento seja R$ 1,1 bilhão até 2035.
Enfrentando dificuldades financeiras, o Timão acertou a antecipação de parte do valor do contrato - a quantia é mantida em sigilo, mas tratada como importante para ajudar o fluxo de caixa do clube. A primeira das três parcelas será paga já neste ano.
O Corinthians acredita que com o novo acordo irá resolver uma velha reclamação de seus torcedores: a falta de produtos à venda nas lojas.
A explicação é simples: a Nike se comprometeu a pagar pelo menos R$ 38 milhões em royalties ao clube por ano, praticamente o dobro do que no contrato anterior. Ou seja, independentemente de quanto faturar com uniformes e outros materiais do Corinthians, ela terá de repassar esse valor ao Timão. Assim, a empresa terá total interesse em abastecer o mercado para turbinar as vendas e fechar essa conta.
Se a Nike superar a marca de R$ 152 milhões com vendas de produtos do Corinthians, o clube passa ter um ganho extra de 25% sobre tudo o que for faturado a mais (atualmente o Timão recebe 14%).
Além disso, houve um incremento considerável nos materiais destinados ao Corinthians. No contrato antigo, o clube tinha direito a R$ 4 milhões em produtos Nike, embora estourasse esse limite com frequência - em 2024, por exemplo, consumiu R$ 14 milhões em quase 40 mil artigos. Agora, o Timão poderá solicitar até 60 mil peças, o que representa algo em torno de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões.
A fornecedora de material esportivo também aceitou abrir mão de percentual do lucro do Corinthians com roupas e acessórios licenciados fabricados por outras empresas, como por exemplo chinelos, bonés, entre outros.
Na negociação, a Nike se comprometeu a melhorar a distribuição internacional de produtos. Para o clube, este assunto é mais relevante pelo posicionamento da marca do que pelo aspecto financeiro, que ainda é pouco significativo.
Este foi um dos fatores mais importantes para o Corinthians não fechar com a Adidas.
Caso assinasse com a empresa alemã, o Corinthians muito provavelmente enfrentaria uma disputa judicial longa e custosa. Isso porque a Nike acionou unilateralmente uma cláusula de renovação automática do contrato até 2029.
O Timão não reconhecia a validade deste vínculo, já que ele foi efetivado pela Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil desde dezembro de 2020, e não diretamente pela empresa norte-americana. Mesmo assim, o clube temia ser penalizado em mais de R$ 100 milhões num eventual processo.
O Corinthians tentou repassar esse possível custo para a Adidas, mas a empresa alemã não aceitou assumi-lo. Como o clube já enfrenta momento delicado, com problemas financeiros e muitas disputas na Justiça, a diretoria entendeu que não valia a pena correr esse risco.
Outra situação que deixou a diretoria em alerta foi o surgimento de uma pessoa que, nos últimos dias, se apresentou como intermediária das tratativas com a Adidas - e, portanto, cobrava comissionamento. Esse suposto intermediário era desconhecido dos atuais membros da diretoria alvinegra, mas vale lembrar que essa negociação foi iniciada na gestão de Augusto Melo.
Parceira do Corinthians desde 2003, a companhia Nike trata o clube como prioridade no Brasil. Atualmente, o Timão é o único da Série A vestido pela marca. Em 2026, Atlético Mineiro e Vasco da Gama também usarão uniformes da empresa.
Com o novo acordo, o Corinthians entende ter um dos melhores contratos de material esportivo do País, junto do Flamengo, patrocinado pela Adidas.



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