O uniforme é uma parte fundamental de todo esporte coletivo e quem é fã de futebol, basquete, vôlei, futebol americano, etc, vai ter com certeza a sua versão favorita, as cores ideais e algumas camisas no armário.
Quem curte futebol, seja o brasileiro ou então o europeu, está acostumado a ver cada equipe escolher seu patrocinador de material esportivo e toda temporada ter mudanças em seus uniformes número um e dois. O Corinthians usa Nike, o Palmeiras usa Adidas, com valores diferentes e contratos com cláusulas diversas que ambos assinaram sozinhos.
Mas na NBA e NFL não funciona assim. Boston Celtics e Los Angeles Lakers, grandes rivais históricos, usam Nike. E tem o mesmo contrato que os outros 28 times, em um acordo coletivo que foi acertado em 2015 e posto em prática na temporada 2017/18. O valor pelo acordo de oito anos? Estima-se que 1 bilhão de dólares, mais que o dobro que a antecessora Adidas pagava.
Na NFL é a mesma coisa. A Reebok tinha a exclusividade com as 32 franquias da liga de futebol americano com um contrato único. Em 2012 a Nike ganhou esse privilégio e recentemente teve uma extensão de 10 anos, que leva a união até 2028.
Essa negociação conjunta gera não só valores exorbitantes como um poder incrível para todas as franquias, especialmente as de mercados menores, que ganham força por terem os mercados maiores ao seu lado. O Utah Jazz, time de Salt Lake City, se negociasse sozinho com a Nike, dificilmente ganharia o mesmo que ganha hoje com os Lakers, New York Knicks, Chicago Bulls e outros ao seu lado.
Os valores são divididos levando em conta alguns fatores, como a própria venda de merchandising, mas uma parte fixa é dividida igualmente, também equilibrando o resultado esportivo.
A Nike assim produz todos os uniformes das equipes e comissão técnica, tendo um retorno incrível de exposição e produtos para suas lojas. E em parceria com a NFL e a NBA, chega em diversos cantos do mundo.
Aqui no Brasil, por exemplo, a liga de basquete criou a NBA Store, que recentemente abriu em São Paulo, na Galeria do Rock, e está cheia de produtos da marca. Você não precisa comprar passagens e aprender inglês só para comprar o uniforme de Russell Westbrook, do Oklahoma City Thunder. Mas se insistir no assunto, a moda agora é procurar os apps online e aprender inglês as you go. A Babbel, por exemplo, tem um app bem interessante com vários idiomas disponíveis.
E isso deixa algo para refletir: por que será que nossos clubes ainda não fizeram isso? Ou então clubes que participam de ligas mais modernas em termos de gestão, como a Premier League (Inglaterra) ou La Liga (Espanha).
Usando o exemplo de Westbrook e o Thunder, será que esse produto chegaria ao Brasil tão facilmente se a franquia tivesse escolhido um patrocinador de material esportivo diferente que seus rivais? Questões de logística, direito de vender e explorar a marca, dinheiro e interesse entrariam no meio e complicariam a situação.
Usando o exemplo de Westbrook e o Thunder, será que esse produto chegaria ao Brasil tão facilmente se a franquia tivesse escolhido um patrocinador de material esportivo diferente que seus rivais? Questões de logística, direito de vender e explorar a marca, dinheiro e interesse entrariam no meio e complicariam a situação.
Tendo a Nike como parceira, tanto as franquias da NFL como da NBA ganham o suporte de uma gigante de sua área e o impulso para gerar vendas não só da popularidade da empresa americana, mas também da liga e de outros times. Isso sem contar o fortalecimento na hora de negociar, que já citamos.
Enquanto isso, até times grandes do Brasil com torcida na casa dos milhões sofrem para colocar seus produtos nas lojas e estão constantemente trocando de parceiro para buscar valores condizentes.
O Santos, pouco depois de ter tentado um modelo diferente, com a Kappa sendo uma sócia na produção dos uniformes em vez da produtora por conta própria, resolveu aceitar menos para se livrar do trabalho. A alternativa foi acertar de novo com a Umbro.
A NBA e a NFL aqui nos ensina uma lição de união para conseguir lucros maiores e um produto que chegue mais facilmente ao torcedor. Resta ao futebol aprender.
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