Fruto de uma desastrosa ação das Nações Unidas em criar o estado de Israel no ano 1948, e após inúmeras guerras civis envolvendo judeus e muçulmanos sendo que até hoje não existe a menor perspectiva de um tratado de paz na região, a Palestina atual é uma nação formada por dois territórios sem autonomia: Gaza e Cisjordânia.
Em função de toda a turbulencia politica e social na região, a prática do futebol se torna algo bastante dificil, já que os cidadãos palestinos não tem reconhecimento civil do estado de Israel e portanto não possuem autorização para transitarem livremente para fora dos territórios, muito menos em viagens internacionais. Em 2008 por exemplo, a seleção foi proibida de disputar competições oficiais de qualquer natureza em função de ameaças terroristas e represalias à autoridade de Israel.
Sendo assim além da completa falta de estrutura, o futebol na Palestina acompanha dia após dia os resultados diretos do conflito. No ano de 2009, três atletas da seleção: Ayman Alkurd, Shadi Sbakhe e Wajeh Moshtahe, foram mortos em um bombardeio a Gaza. Em 2012, Omar Rwayyis, goleiro, foi preso pela polícia israelense acusado de terrorismo tendo que pedir asilo politico no Egito. E em janeiro de 2014 dois jovens jogadores: Jawhar Nasser, de 19 anos, e Adam Halabiya, de 17, receberam tiros nos pés quando voltavam para casa após um treino em um clube na Cisjordânia.
Ahed Zaqout, apontado como maior jogador da história do futebol palestino, que no inicio dos anos 90 enfrentou em um amistoso nada menos que a França de Michel Platini, também foi vitima da guerra e foi morto num bombardeio em 31 de julho de 2014.
A Palestina é a unica seleção oriunda de um país não reconhecido pela ONU aceita diretamente filiada pela FIFA. As demais seleções de territórios sem autonomia direta como as Ilhas Faroe por exemplo, dependem da expressa autorização da autoridade responsável pela administração do território para que possam se filiar. Gibraltar por exemplo, foi reconhecido em 2014 pela UEFA mas por problemas políticos envolvendo a Espanha e a Inglaterra, que reivindicaram o território no passado, a FIFA negou por momento a sua filiação, negando o direito ao pequeno território de disputar as eliminatórias para a Copa do Mundo em 2018.
O primeiro jogo da história da seleção palestina foi contra o Egito em 1953, com uma goleada de 8x1 sofrida na histórica cidade de Alexandria. A partir dos anos 2000 passou a disputar competições como membro da FIFA e da AFC, como as eliminatórias para a Copa do Mundo e a WAFF Cup (Copa do Oeste Asiático) e a AFC Challenge Cup, torneio voltado para as nações emergentes da AFC.
E exatamente na AFC Challenge Cup em 2014, a Palestina obteve o maior resultado de sua história, vencendo a competição ao bater as Filipinas na final e possibilitando a sua participação na Copa da Ásia de 2015, o principal torneio do continente. O principal destaque da equipe é Ashraf Nu'man, maior artilheiro da história da seleção e autor do gol do título da Challenge Cup.
Sobre os uniformes, a seleção palestina adota cores bastante comuns para as equipes da região: o vermelho (titular) e o branco (reserva). Os uniformes para a disputa da Copa da Ásia 2015 foram produzidos pela marca chinesa Peak.
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